quarta-feira, 12 de março de 2008

Poema

Hélio Pellegrino, poeta:

O ÁUGURE

Sou um prisma às avessas

as cores em mim se confundem

sou um tapete de ecos

uma cachoeira de gritos

uma cordoalha de muitos tempos

A esfera de lantejoulas

- passado presente futuro -

roda refletindo mil sóis

Sou essa colméia de incêndios

essa assembléia de sinais

esse rumor insone

Rio de Janeiro, 26 / 2 / 1980

O poema faz parte do livro Minérios domados, organizado por Humberto Werneck, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 1993.